quinta-feira, janeiro 24, 2013

A palavra improvisação é pouco usada, actualmente, por músicos improvisadores. Improvisadores idiomáticos, quando descrevem o que tocam, usam o nome do idioma. Tocam “flamenco”, ou “jazz”. Há uma certa relutância em usar a palavra e alguns improvisadores expressam alguma antipatia por ela. Penso que isso se deve a conotações amplamente aceites que implicam que improvisação seja qualquer coisa sem preparação e sem reflexão, uma actividade completamente ad hoc, inconsequente e frívola, com falta de método e planificação. Os improvisadores contestam esta implicação porque sabem pela sua experiência que isso é falso. Sabem que não há outra actividade musical que exija maior habilidade, destreza, devoção, preparação, treino e compromisso. Por isso rejeitam a palavra, e mostram relutância em serem identificados por aquilo que, em alguns casos, se tornou quase um termo de abuso. Reconhecem que, de uma maneira geral, deturpa completamente o fundo e complexidade do seu trabalho (Bailey 1992).